Anunciada oficialmente sua adesão ao PSD, novo partido de Kassab, o prefeito Marco Bertaiolli deve estar preparado para a fase mais delicada e difícil desta aventura: vencer os obstáculos que fatalmente surgirão na preparação da agremiação para as eleições municipais do próximo ano. Para estar em condições de disputar o pleito sem fazer feio, o novo partido terá de superar contestações nos tribunais e ainda reunir mais de 500 mil assinaturas de eleitores simpatizantes de pelo menos nove estados, incluindo o Distrito Federal. Não bastasse tudo isso, o PSD precisará ainda assegurar um bom tempo de televisão, fundamental para um pleito como o que virá por aí. Tudo isso é imprescindível para quebrar a desconfiança ainda existente em muitos políticos que não querem correr riscos, embora até se disponham a mudar de partido. E mais: tudo terá de ser feito em tempo recorde, até outubro, quando começam a se expirar prazos para os candidatos ao próximo pleito. Aos seguidores de Kassab é chegada a hora de colocar o bloco na rua. Afinal, a eles só resta partir para o tudo ou nada. De preferência para o "tudo". Com o desmanche do DEM, além de cuidar de atrair prefeitos do Interior paulista para o novo PSD, atribuição que lhe foi dada por Kassab, a Bertaiolli caberá ainda proceder uma verdadeira reengenharia partidária em Mogi. O prefeito tem consciência de que até começar a aventura na nau kassabiana, o cenário político local estava praticamente arranjado para lhe garantir uma campanha sem surpresas à reeleição. Com as mudanças, terá de reequilibrar as forças dentro dos vários partidos, de forma a criar uma ampla coalisão para dar sustentação à sua candidatura. Uma missão que terá fazer agora, pois em política, especialmente em épocas eleitorais, tempo é voto e Bertaiolli sabe que não pode perder tempo.
Fonte:O Diário de Mogi
