sábado, 5 de fevereiro de 2011

Estudo técnico é vital para extensão de trem até César

Transporte ferroviário
Estudo técnico é vital para extensão de trem até César
Para especialistas, só vontade não basta para que trens de passageiros cheguem ao distrito
NOEMIA ALVES
Da Reportagem Local
Adriano Vaccari

Malha ferroviária terá de ser totalmente trocada, entre outros investimentos necessários para a extensão dos trens até César de Souza
"É preciso planejar. Verificar não apenas a vontade popular, mas também a viabilidade técnica e todo impacto financeiro e estrutural que um investimento deste porte pode acarretar. Um trem até César de Souza é viável, porém, depende de uma série de fatores". A observação é do engenheiro elétrico e consultor de transporte ferroviário Mário Edison Picchi Galego.
Ex-ferroviário (trabalhou por 30 anos no transporte ferroviário da região) e presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo, Galego conhece como ninguém a malha que corta o Alto Tietê.
E alerta: "A malha da avenida Manoel Bezerra de Melo, no Centro Cívico, até a avenida Ricieri José Marcatto, em César de Souza, precisa ser totalmente trocada e talvez construída uma segunda linha de trem para manobra de algumas composições. Além disso, há a questão da alimentação aérea utilizada pelas composições da CPTM e que não existem no trecho reivindicado, assim como instalação de mecanismos que resolvam o problema das passagens em nível. Tudo isso precisa ser minuciosamente estudado e apresentado um relatório ao governo do Estado. Somente assim é que haverá qualquer resposta concreta a respeito do movimento popular para levar o trem até César de Souza".
Na avaliação de Galego, que é "extremamente" favorável à extensão do transporte ferroviário à região leste da cidade, a vinda em definitivo do Expresso Leste é "outra luta que precisa ser ressaltada perante o poder público".
"A vinda do Expresso e a extensão do trem até César de Souza são duas mobilizações diferentes e que precisam caminhar juntas para o bem de toda a população", afirma.



Cancelas
O diretor do Sindicato da Construção Civil e conselheiro da Associação dos Engenheiros Arquitetos e Agrônomos (Aeamc), Orlando Pozzani, tem a mesma opinião. "Sou favorável à extensão do trem até César de Souza. Contudo, somente levar o trem até o distrito seria prolongar os problemas no trânsito com o fechamento das cancelas (avenidas Manoel Bezerra de Melo e Ricieri José Marcatto). Por isso, é preciso se lutar pela vinda em definitivo do Expresso Leste para conseguir a garantia de um serviço de qualidade no transporte ferroviário e que no futuro poderá ser estendido à região leste da cidade, que mais se desenvolve. Enfim, é preciso resolver o problema das cancelas com viadutos ou passagens subterrâneas", completou



Plano diretor
Ex-secretário de Obras durante os quatro governos do ex-prefeito Waldemar Costa Filho, o engenheiro Jamil Hallage também é favorável à ampliação dos horários do Expresso Leste e à extensão do serviço de transporte ferroviário a César de Souza. Segundo ele, a extensão da malha ferroviária à região leste do município já estava prevista no primeiro Plano Diretor da cidade, elaborado em meados da década de 60.
"Está bem sucinto, mas muito claro que Mogi teria quatro estações: Jundiapeba, Brás Cubas, Central e Engenheiro César de Souza. Naquela época já se previa o crescimento da cidade para a região leste. O serviço só não veio por completo por inviabilidade econômica", contou.
Na avaliação dele, não há, portanto, impedimento técnico para que os trens sigam até o distrito. "O que falta é dinheiro e vontade política, porque condições técnicas existem", ga
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