terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Líder do Centrão, presidente da Câmara de SP condena 'traidores'

Vereadores elegem novo presidente nesta quarta-feira (15). Antonio Carlos Rodrigues cobra ex-aliados que agora apoiam tucano.

Roney Domingos
Do G1 SP


Plenário da Câmara de SP, que terá orçamento de R$ 453 milhões em 2011 (Foto: Roney Domingos/ G1)

Documento assinado em março,
de acordo com Rodrigues (Foto: Reprodução)
Principal líder do bloco político denominado Centrão e aliado ao candidato Milton Leite (DEM), o presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Antônio Carlos Rodrigues (PR) disse na tarde desta terça-feira (14) que a eleição para a nova presidência da Câmara Muncipal de São Paulo, marcada para esta quarta-feira (15), certamente terá dois candidatos. Ele deixou claro que o Centrão ainda não desistiu da disputa e criticou vereadores que segundo ele traíram o grupo político do qual fizeram parte ao decidirem apoiar o candidato do PSDB, José Police Neto. Rodrigues mostrou uma lista com 17 nomes assinada no início do ano e com reconhecimento em cartório na qual esses três nomes se comprometeram a votar no Centrão.
 


O presidente da Câmara, Antônio Carlos Rodrigues
nesta terça (Foto: Roney Domingos/ G1)
 "Nós integrantes do módulo partidário denominado Centrão nos comprometemos a votar em representante do nosso grupo para o cargo de presidente da Câmara a ser realizada em 15 de dezembro. Assumimos também o compromisso de aliança com o PT na formação da futura chapa para a mesa diretora da Casa", diz o documento.

"O que mais desanima no Poder Legislativo são os traidores de plantão, porque ninguém obrigou", disse Rodrigues. "O que amola é a pessoa ficar com você dois anos, colabora aqui, colabora ali..." Rodrigues admitiu a possibilidade de reformular o Centrão. "Vamos reformular o Centrão. Os traidores foram embora, graças a Deus. Tem vários vereadores que se elegeram", afirmou.
Até as 16h apenas Police Neto havia confirmado sua candidatura, mas pode haver concorrente ao posto até minutos antes. O resultado pode antecipar os grupos políticos em torno de Kassab com vistas à sucessão municipal em 2012 e para governador em 2014.
O novo presidente será escolhido pelos 55 vereadores da Câmara Municipal depois de quatro anos consecutivos sob o comando de Rodrigues (PR), que não pode mais concorrer à reeleição. O novo presidente vai comandar um orçamento de R$ 453 milhões em 2011 e parte dos 1,9 mil funcionários do Poder Legislativo, além de analisar as propostas do prefeito de São Paulo - cidade com orçamento de R$ 35,3 bilhões em 2011 - e até eventualmente substituí-lo em caso de ausência do titular e da vice.
Apoiado pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM), Police Neto apresenta a seu favor 29 rubricas de apoio no manifesto "Uma nova Câmara Municipal", que reivindica espaço para as minorias e direito dos parlamentares a expressar opiniões individuais. São necessários pelo menos 28 votos para eleger a nova direção.

Representante do bloco denominado "Centrão" e apontado como candidato alternativo a Police Neto, o vereador Milton Leite (DEM) diz que ainda não se decidiu se oficializará sua candidatura. "Ainda estamos discutindo."
Na véspera da eleição, com a sessão ordinária suspensa, a Câmara viveu uma terça-feira de negociações nos bastidores. Police Neto conta com apoio integral do PSDB, PMDB, PRB, PCdoB, PPS e PDT e parcial do PSB, DEM, PP e PV.
A nova mesa eleita terá mandato de um ano e é composta por presidente, primeiro vice-presidente, segundo vice-presidente, primeiro secretário e segundo secretário.
Os acordos entre os parlamentares para definir a chapa vitoriosa envolvem a discussão sobre a presença de cada um dos partidos nas principais comissões.

G1.com - 14/12/2010