domingo, 6 de março de 2011

Grupo Especial desfila hoje à noite

Grupo Especial desfila hoje à noite
Seis agremiações prometem animar o público hoje, na segunda noite de exibições na avenida Cívica
Luana Nogueira
Da Reportagem Local
Daniel Carvalho
Hoje à noite, o público mogiano poderá conferir os desfiles das seis escolas de samba do Grupo Especial, na avenida Cívica
Na noite de hoje é a vez das escolas de samba do Grupo Especial entrarem na avenida Cívica para apresentar os enredos e as alegorias confeccionadas nos últimos meses. O desfile vai começar às 20 horas com a passagem da corte de carnaval, formada pelo Rei Momo, a rainha e as princesas.
As seis escolas a se apresentarem são a Mocidade do Tietê, que abre os desfiles, seguida pela Acadêmicos da Fiel, Águia de Prata, Acadêmicos do São João, Unidos da Vila Natal e a Unidos da Vila Industrial fecha a noite. Os temas dos enredos foram escolhidos pelas agremiações.

Com o enredo "A eterna luta do bem contra o mal", a Mocidade do Tietê vai falar sobre o maniqueísmo, doutrina fundada nos dois princípios opostos do bem e do mal. "O tema abre uma discussão e divulga o maniqueísmo", explica o presidente Leandro Odilon. Ele contou que as dificuldades enfrentadas pela escola em 2010 foram o motivo da escolha deste tema. "Foi em virtude dos problemas com as enchentes. Perdemos muitos materiais. O que vai marcar são os nossos carros alegóricos, que são muito altos para os padrões de Mogi, eles chegam a 10 metros".

As maravilhas da região nordestina vão ser apresentadas para o público pelas mãos da escola Acadêmicos da Fiel. "Haviam vários temas e tivemos de entrar em um consenso. O Nordeste é muito vasto e queríamos mostrar isso de uma maneira que as pessoas da arquibancada entendessem", afirmou o presidente Rone Augusto da Silva. Ele frisou que os elementos culturais, como o maracatu e a festa junina vão estar presentes.
A terceira escola a desfilar é Águia de Prata, no ritmo do samba "No despertar de um novo tempo, A Águia canta de galo... APP-Mogi, a alma do negócio" que homenageia a entidade e a publicidade brasileira. "A inspiração surgiu por causa da lei da Mogi Mais Viva. É uma homenagem à propaganda", disse o presidente Mauro Rangel Vidal. Ele apontou que os adereços representam a evolução das propagandas. "Existe a alegoria da propaganda de religião, a pipoca com guaraná e a ala dos publicitários, entre outras".
A escola Acadêmicos do São João traz o tema da reciclagem para a passarela do samba. Materiais reciclados foram alguns dos elementos utilizados para compor o desfile. "Utilizamos garrafas pets, chapa de raio-x, tampas de garrafa e CDs. A bateria virá de vermelho e preto representando o aquecimento global".
A penúltima agremiação a desfilar é a Mocidade Independente da Vila Natal, que canta o enredo "Do bloco das mariposas à realidade, em nome da alegria sou Mocidade" sobre a escola Mocidade Alegre, de São Paulo. "Nosso abre- alas é um tigre em um carro grande. Vai ser um belo espetáculo. A expectativa é que não chova", acrescentou o presidente João de Jesus Duran.

A Unidos da Vila Industrial cantará as beleza e as tradições do bairro que abriga particularidades do samba "Meu bairro, minha vida; Minha Vila mais querida!". A cultura e o esporte terão presença marcada no desfile. "Vamos falar das indústrias, da serra do Itapeti, da igreja de Nossa Senhora do Rosário, do samba, esporte e cultura. A expectativa e a adrenalina são grandes".


Serviço
As apresentações estão previstas para começar às 20 horas e devem se estender até às 2h25. A avenida Cívica fica ao lado do Ginásio de Esportes Municipal, na rua Ismael Alves dos Santos. Os ingressos para as arquibancadas custam R$ 3 e podem ser adquiridos das 14 às 23 horas na bilheteria.

Fonte: Mogi News

Ligeirinho

Divulgação


Ligeirinho
Saiu na frente o presidente do PT de Mogi, Clodoaldo Aparecido de Moraes, na corrida por uma cadeira na Câmara. Ao tomar para si a bandeira de resistência à extorsão oficial do radar dedo-duro, mobilizar um grupo grande de lesados pelo equipamento e anunciar a formação de uma associação que os defenda, Clodoaldo tem aparecido como poucos.


Problemas à vista
Outro que tem tido bastante destaque é o presidente da OAB/Mogi, Marco Soares, cujo sonho anunciado é o de ser candidato a prefeito pelo PT. Fontes de dentro do petismo, no entanto, dizem que o grupo de Iduigues Martins, deputado-relâmpago por 12 dias, embalado pela cadeira rápida da Assembleia Legislativa, ameaça melar uma eventual filiação de Soares ao partido.
Divulgação


Puro sangue
Ao contrário de Clodoaldo, que incentiva a abertura do PT a novos nomes de centro, uma espécie de "glasnost" partidária, o time de Iduigues, embora franzino e sem muito poder, quer uma chapa puro-sangue, que não desvirtue o petismo mogiano inflexível e sem votos.
Divulgação


Terra do caqui
Jornalista prepara matéria para defender a própria mulher, convoca um amigo para servir de fonte e usa espaço amplo para tentar atacar quem não gosta. Decididamente, os manuais de redação passam longe dele. Aliás, o rapaz nem sabe que eles existem. Isso é Mogi das Cruzes!
Guilherme Bertti


Limpeza total
Merece elogios a atuação do setor de Limpeza Pública da Prefeitura, sob a batuta de José Roberto Elias, o Beto Elias. Nos últimos dias, praças como a do Pombal receberam serviços rápidos e eficientes por parte da CS Brasil, sob a fiscalização do poder público. A coluna, que anteriormente apontou deficiências, agradece a atenção.


Contra Kassab
Os anúncios feitos pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), durante visita feita a ele pelo prefeito Marco Bertaiolli (DEM), na última semana, como de mais horários para o Expresso Leste e, depois, de pesados investimentos da CDHU na cidade, fariam parte da estratégia do tucano de tentar "isolar" o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), atendendo com prioridade os democratas de plantão antes dispostos a seguir em romaria acompanhando "São Kassab".



Alckmin age
Tal afirmação é de um democrata mogiano, que aponta a estratégia de reação de Alckmin aos movimentos "kassabistas". A começar por eventuais conversas do governador com o deputado federal Junji Abe (DEM) e o deputado estadual Estevam Galvão de Oliveira (DEM) para que permaneçam no partido e deixem o prefeito paulistano fundar, sem eles, a nova agremiação.
Maurício Sumiya


Na mira
Bertaiolli seria a continuidade da estratégia no que diz respeito a Mogi. Abrindo o caixa do Estado à Prefeitura ficaria mais fácil a Alckmin, em breve, chamar Bertaiolli para uma conversa ao pé do ouvido para que fique no ninho democrata e receba, com isso, em troca, uma assistência administrativa e política das mais eficientes por parte do palácio.


Caso a caso
Vamos por partes: com Junji, Alckmin tem mais facilidade. Os dois foram aliados nos tempos em que o hoje deputado era prefeito, e a volta àquela velha amizade dependeria apenas de um bate-papo. Com Estevam, que quer retomar a Prefeitura de Suzano em 2012, dar um aporte governamental seria um combustível e tanto. Mas com Bertaiolli, sempre leal a Kassab, tudo estaria mais difícil. É esperar para conferir.
Goleiro e boleiro
O vereador Protássio Nogueira (DEM) foi goleiro do Mirassol Futebol Clube nos anos 70 e 80. Feliz da vida com a performance do time de sua terra natal, Protássio fez questão de enviar foto comprovando seu passado esportivo e o fato de que, em muitos casos, o tempo faz mesmo bem à aparência das pessoas.
Imagem do dia
Maurício Sumiya
Tudo novo
Novas lixeiras foram enviadas ao Mercado Municipal
pela CS Brasil, concessionária de limpeza pública da cidade

Fonte: Mogi Nwes

Histórias de Eurico, o filho do Rei Momo

Histórias de Eurico, o filho do Rei Momo
Príncipe da corte de carnaval por 39 anos, ele recorda-se do tempo em que auxiliava seu pai, João Guarda-Chuva, a desfilar em carro aberto
Jamile Santana
Da Redação
Osvaldo Birke
Era dia 3 de fevereiro de 1989, sexta-feira, véspera de carnaval. João Benegas Ortiz já estava vestido a caráter. Em poucos minutos, iria realizar eu sonho, receber a chave da cidade das mãos do então prefeito Waldemar Costa Filho. O administrador público, particularmente, não gostava de carnavais. Mas era irresistível organizá-lo, diante de tamanha simpatia do Rei Momo mais antigo do Brasil, com 39 anos de reinado. Mas ninguém poderia imaginar que tudo, inclusive o carnaval, tem seu fim. O "João Guarda-Chuva" deixou saudades. Até hoje faz falta e é lembrado com carinho. Quem é rei nunca perde a majestade. Enquanto reinou na passarela do samba mogiano, Ortiz escolheu a dedo suas rainhas, princesas e demais membros da corte. Faltou à folia apenas uma vez em todos os 39 anos: em 1967, quando sua mãe morreu, em uma terça-feira gorda. Foi a única vez em que não sorriu durante a festa. O príncipe do carnaval, o filho Eurico Ortiz, de 55 anos, é uma das pessoas que foi influenciada pela paixão carnavalesca do pai. Viu sua infância ser decorada de serpentinas, confetes, fantasias, festas e marchinhas, enquanto sua casa se transformava em um verdadeiro QG de produção carnavalesca. Desde que o pai morreu, nunca mais pisou na avenida. Faz falta. Dói no peito. O carnaval nunca será o mesmo. Mas que bom que existem as fotos - registros de uma época sem imagens de TV local ou Internet - e as boas histórias para contar. Já dizia a Acadêmicos de São João em samba-enredo composto em homenagem ao rei: "Guarda-Chuva, este carnaval é seu, tu és a majestade dos carnavais desta cidade. Este samba é pra você, e foi feito de coração".


Mogi News: Por que o apelido do seu pai era João Guarda-Chuva?
Eurico Ortiz:
 Foi uma história interessante. Na época de juventude, meu pai foi ao Comercial, que tinha um time de futebol. Em um dia de chuva, ele pegou o guarda-chuva e foi até lá, mas quando chegou, o céu abriu de uma tal forma, que fez muito sol e calor. Então todo mundo começou a brincar, chamando-o de João Guarda-Chuva.


MN: Quando despertou o interesse dele em ser Rei Momo?
Ortiz: 
Meu pai desfilou a primeira vez em 1950. Ele sempre foi um homem público, se envolvia muito no meio político e sempre gostou de carnaval, ajudando na organização de alguns blocos. E, no meio de tudo isso, ele falou que a cidade precisava de um Rei Momo, porque aqui nunca ninguém tinha visto um. Então, na época, ele mesmo se candidatou, e ficou pelos 38 anos seguintes. Nunca, neste tempo todo, alguém falou "vamos fazer um concurso para eleger o Rei Momo". Não se pensava nisso, não existia essa possibilidade, tamanha era o carisma que ele tinha. Ninguém substitui.


MN: Dois anos depois de seu pai morrer, seu irmão, Edson Ortiz, foi Rei Momo. Nem ele conseguiu substituir à altura?
Ortiz:
 Nós não éramos gordos, para começar. Então homenageamos meu pai por dois anos, mas depois paramos porque ninguém nunca o substituirá. Até hoje, Mogi não encontrou um Rei Momo tão comprometido como meu pai foi. Nem meu irmão era assim. Decidimos sair de cena do carnaval para não acabar com a imagem do velho.

MN: Como este amor dele pelo carnaval influenciava a família?
Ortiz:
 Meu pai era uma pessoa que vivia o carnaval. Você olhava pra ele e via o Rei Momo. Ele não gostava muito de Natal nem de ano-novo, mas carnaval era tudo. Essa foi a maior paixão da vida dele, e disso eu nunca tive dúvida. Então, uns dois meses antes da folia, minha casa virava uma oficina. Nós montávamos o carro, a corte inteira se reunia para fazer as fantasias. No primeiro ano, eu fui Bobo da Corte. Era a única figura que me cabia no momento. Depois, no ano seguinte, virei príncipe. E acabei ficando assim até os últimos dias do meu pai na avenida. Nós começávamos o carnaval na sexta-feira e só terminávamos às 4 horas de quarta-feira de cinzas. Começava com o bloco Ki-Calor e depois saíamos e visitávamos as matinês. O melhor eram esses bailes de carnaval. Era uma folia totalmente diferente de hoje.

MN: Era um carnaval mais rico, culturalmente falando?
Ortiz: 
Sim, não tinha muito luxo, mas as pessoas trabalhavam artesanalmente no carnaval. Fazia-se festa sem dinheiro. Meu pai, mesmo nem morando em Mogi, vinha para cá, se dedicava. Em 1970, morávamos em São Paulo, mas ia uma Kombi buscar a gente lá, e ficamos aqui, dormindo em hotel até a Quarta-Feira de Cinzas. Outra época, ele morou no Paraná, mas vinha pra cá.


MN: Seu pai parecia ser bem cuidadoso com a corte. Como ele se preparava, como eram eleitas as rainhas e princesas?
Ortiz:
 Dois meses antes do carnaval, meu pai se transformava. Comprava suas 12 garrafas de uísque, suas serpentinas e começava a confeccionar sua fantasia. Todo ano ele fazia uma coroa diferente. Todo ano ele fazia questão de mudar de fantasia. Ele bordada, reformava. Começava a fazer exercícios de condicionamento físico e dietas, e isso ninguém sabia. As meninas, ele escolhia a dedo porque elas tinham de encarar os desfiles com responsabilidade.

MN: Você sempre o acompanhava?
Ortiz: 
Sim, sempre. O pique do meu pai, pouca gente aguentava. Eu sofria por ir junto com ele. Ele era muito gordo, eu tinha de ajudá-lo a subir no caminhão, ajeitá-lo na cadeira. O caminhão tinha uma escadinha pequena, que dava para tirar e colocar de volta. Agora, imagina colocar um homem de 150 quilos em uma escadinha. Era difícil. Ele levava isso de forma muito profissional

MN: Quais foram os pontos altos dos desfiles de João Guarda-Chuva?
Ortiz: 
Existem muitos, mas três em especial. O primeiro foi em 1967, quando a mãe dele faleceu na terça-feira de carnaval. No lugar dele no caminhão, ele colocou uma faixa de luto, e avisaram o porquê que ele não poderia ir. Foi a única vez que ele não foi a todos os dias de festa. Depois, tivemos um carnaval em que ele foi homenageado pela Acadêmicos São João, isso ainda em vida. Ele ficou muito feliz aquele dia. E o último, antes dele morrer, ele realizou o sonho dele, que era receber a chave da cidade das mãos do Waldemar Costa Filho, que odiava carnaval, inclusive. Mas nem Waldemar resistiu ao carisma do meu pai.

MN: Seu pai gostava de alguma escola de samba em especial?
Ortiz: 
Ele sempre foi muito imparcial, mas gostava muito da São João, apesar de morarmos na Vila Industrial.

MN: Se o seu pai estivesse vivo hoje, o que ele falaria sobre o carnaval?
Ortiz: 
Ele estaria muito triste, porque a festa perdeu a essência. Hoje, você não ouve marchinhas, tem briga, violência. Não se faz a festa por amor. Na época, existia muita dedicação, muita paixão.

Fonte: Mogi News