sexta-feira, 10 de abril de 2020

DIFÍCIL: Ruas de Mogi têm movimento ainda maior, apesar da quarentena

15 horas atrás3 min. - Tempo de leitura
Silvia Chimello

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CENÁRIO Muita gente compareceu ontem às agências bancárias e ao Mercado Municipal na região central. (Fotos: Eisner Soares)

A cidade registrou movimento maior de pessoas nas ruas nesta quinta-feira. Muita gente foi aos bancos a fim de tentar receber os recursos do Governo Federal e também fazer compras para a Semana Santa. Havia muitas filas e aglomerações em frente às agências bancárias, casas lotéricas, Mercado Municipal e supermercados. Trânsito movimentado em algumas ruas, idosos sem máscaras e reunidos em tempos de pandemia do novo coronavírus, quando todos deveriam manter distância, ficar em casa e só sair em caso de muita necessidade.

Em frente aos bancos, especialmente das agências do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal (CEF), onde os valores foram depositados e liberados desde ontem, o movimento era intenso. As filas enormes de pessoas próximas, ignorando a orientação para manter mais de um metro de distância umas das outras.

Muita gente chegou cedo, antes das agências abrirem. Ontem, o recurso só estava liberado para aqueles que têm conta no Banco do Brasil ou na CEF, mas alguns foram até esses locais para apenas se informar e confirmar se teriam ou não direito ao benefício de R$ 600,00 do Governo Federal, destinados às pessoas que ficaram sem renda por causa da pandemia.

Esse é o caso do ambulante Florindo de Jesus Maciel, morador de Jundiapeba. Ele disse que foi até o banco para conferir se o nome dele estava na lista. “Não tenho nenhum cadastro. Mas preciso saber como fazer para receber esse dinheiro. Decidi sair de casa e correr o risco, porque a família precisa desse dinheiro”, relata. Ele vende frutas no centro da cidade e alega que ficou sem renda depois que foi decretado o isolamento social. “Não tenho dinheiro nem para comprar máscaras”, reclama.

A autônoma Márcia Cândido Almeida conta que pediu ajuda para ir ao banco e se informar sobre a liberação da verba. Ela estava tentando se manter afastada, longe da porta da agência, enquanto o filho dela aguardava na fila, em frente à CEF. “Não queria ter que sair de casa, mas não tem jeito. Estou ansiosa e preciso desse dinheiro para pagar as contas que já estão atrasadas”, relata.

A situação estava complicada também em frente ao Mercado Municipal. Apenas era permitida a entrada de um grupo pequeno de pessoas de cada vez, mas as filas na parte externa estavam enormes. Todos muitos próximos uns dos outros. Lá dentro também tinha fila para comprar peixes e outros alimentos para a Semana Santa, época em que as famílias evitam o consumo de carnes vermelhas.

“Estou tomando todas as providências e cuidados, mas não poderia deixar de vir comprar um pedaço de bacalhau para a Sexta-Feira Santa”, argumenta Maria das Graças, que estava fazendo compras no Mercadão. Também na fila, Maria Tereza Andrade acha que “Deus protege, porque a fé e as tradições são mais importantes nesse momento”.

O secretário municipal de Segurança, coronel Paulo Roberto Madureira Sales, informa que as equipes de agentes e fiscais da Prefeitura estão intensificando os trabalhos para impedir que os estabelecimentos que não trabalham com produtos essenciais se mantenham fechados. “A grande maioria está respeitando as regras. Não tivemos problemas com isso, mas não podemos impedir a população de circular. A gente orienta e recomenda que todos fiquem em casa, mas essa é uma questão de consciência de cada um”, reforça.

Fonte:O Diário de Mogi