quarta-feira, 27 de julho de 2016

Opositores saem às ruas na Venezuela para cobrar trâmites de referendo

Agencia EFE
27/07/2016 22h07 - Atualizado em 27/07/2016 22h07

Oposição quer referendo para tirar presidente Nicolás Maduro do poder.
Órgão eleitoral postergou anúncio sobre continuidade do processo.
Do G1, em São Paulo
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 O opositor venezuelano Henrique Capriles discursa durante manifestação contra o presidente Nicolás Maduro nesta quarta-feira (27) em Caracas (Foto: FEDERICO PARRA / AFP)
O opositor venezuelano Henrique Capriles discursa durante manifestação contra o presidente Nicolás Maduro nesta quarta-feira (27) em Caracas (Foto: FEDERICO PARRA / AFP)
O opositor venezuelano Henrique Capriles discursa durante manifestação contra o presidente Nicolás Maduro nesta quarta-feira (27) em Caracas (Foto: FEDERICO PARRA / AFP)


CRISE NA VENEZUELA
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emergência econômica
referendo revogatório
Centenas de pessoas marcharam nesta quarta-feira (27) em Caracas e em outras cidades da Venezuela para pedir ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) que não atrase os trâmites para poder convocar o referendo impulsionado pela oposição para revogar o mandato do presidente do país, Nicolás Maduro.

A oposição esperava para a última terça um anúncio do CNE sobre a continuidade do processo. O órgão postergou o anúncio para a próxima segunda-feira, o que levou a aliança opositora a manter a manifestação desta quarta.

No final de junho, a oposição disse que conseguiu validar cerca de 400 mil assinaturas para dar sequência ao referendo -- em abril, a oposição entregou quase dois milhões de assinaturas, que tiveram que ser verificadas. Cabe ao CNE confirmar essa validação e se vai marcar a consulta popular.
Em Caracas, os opositores marcharam de dois pontos comandados, respectivamente, pelo duas vezes candidato presidencial, Henrique Capriles, e pelo presidente do parlamento da Venezuela, o opositor Henry Ramos Allup, de acordo com a agência Efe.
Desde o último mês de maio, a oposição, reunida na coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD), marchou em quatro oportunidades para tentar pressionar o CNE para que avance no processo, assim como tem acusado o órgão eleitoral de atuar a favor do governante do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).

Como nas vezes anteriores, a oposição não pôde chegar até a sede do CNE, localizada no município de Libertador, no centro da cidade, devido à proibição de manifestações opositoras nessa jurisdição governada pelo chavista Jorge Rodríguez, que ordenou o fechamento de todos os acessos a esse município.
O chavismo, que convocou concentrações para respaldar as últimas ações do governo para combater a escassez de alimentos, desprezou a mobilização opositora.
O deputado governista Diosdado Cabello, considerado o número dois do chavismo, escreveu no Twitter que "Capriles e seu comboio entram hoje em uma severa depressão, convocaram sua gente e os acompanhou a solidão".
Passos cumpridos
Capriles, por outro lado, considerou que o objetivo de hoje foi alcançado após entregar uma carta ao reitor do CNE, Luis Emilio Rondón, no qual faz um acompanhamento dos passos cumpridos pela oposição para ativar o revogatório.
O reitor assegurou que a instituição oferecerá uma resposta ao trâmite do revogatório "o mais tardar" na próxima segunda-feira, ou pelo menos assim indicou Capriles ao término da passeata, que se dissolveu pacificamente e sob uma leve chuva que esfriou os ânimos.

Caso o processo de referendo seja instalado, a oposição terá de coletar assinaturas equivalentes a 20% do registro eleitoral (3.959.560), que deverão ser recolhidas em um período de três dias junto com suas respectivas impressões digitais.

Cumprido o requisito, o CNE fixará uma data para o referendo revocatório, em que a oposição precisará superar os 7,5 milhões de votos obtidos por Maduro em 2013, quando foi eleito para um mandato de seis anos, até 2019.
Se a consulta acontecer depois de 10 de janeiro de 2017, quando o mandato presidencial completa quatro anos, e Maduro for derrotado, os dois anos restantes serão completados pelo vice-presidente, designado pelo chefe de Estado. Se o referendo acontecer este ano e o chavismo for derrotado, novas eleições serão convocadas.

Fonte:G1.com