sábado, 7 de dezembro de 2013

Boca no trombone Mandela e seu legado

Foto: nelson mandela....descanse em paz guerreiro....vc vai ser sempre nosso ídoloBoca no trombone
Mandela e seu legado

Ana Maria MaGNI Coelho
Dentro da noite que me rodeia, negra como um poço de lado a lado, agradeço aos deuses que existem por minha alma indomável. Sob as garras cruéis das circunstâncias, eu não tremo e nem me desespero. Sob os duros golpes do acaso, minha cabeça sangra, mas continua erguida. Mais além deste lugar de lágrimas e ira, jazem os horrores da sombra, mas a ameaça dos anos me encontra, e me encontrará, sem medo. Não importa quão estreito o portão, quão repleta de castigo a sentença, eu sou o senhor de meu destino, eu sou o capitão de minha alma. ´´ 
O famoso poema ´Invictus´ do britânico William Ernest Henley inspirou Nelson Mandela durante alguns dos 27 anos em passou num cárcere de 2,5 m por 1,5 m. E não é à toa!
Sim! Esse grande homem foi senhor de seu próprio destino e capitão da alma de pessoas em todo o mundo. Prêmio Nobel da Paz e símbolo maior da luta contra a desigualdade racial, Nelson Mandela morreu aos 95 anos, na África do Sul. Mandela temperou agressividade e conciliação, para entrar para a história como figura singular que sofreu as dores do racismo e soube ultrapassar a ira que seus adversários tentaram lhe impor.

Lutou contra o Apartheid, ditadura racial. Ficou preso. Tornou-se símbolo da conciliação de classes, da conciliação política, processo em muitos pontos análogo ao de Lula no Brasil.

Você pode achar ousada demais a minha comparação entre essas duas figuras políticas mundiais. Mas convém não esquecer: uma vez no governo, a partir de 1994, Mandela aplicou a fundo o receituário neoliberal no país e seu partido, tornou-se um partido da ordem, corrupto como os outros e defensor do status quo. Entendem agora a comparação?
Mas existem diferenças: ao contrário de muitos líderes mundiais que, uma vez conquistado um sopro de poder, se agarram a ele até que ele destroi seus ideais ou destroem a nação que pretendiam transformar, Mandela deixou o cargo depois de apenas um mandato como presidente.

Talvez de todo o seu legado, o que o faça especial seja a serenidade que o torna um líder até maior que sua própria causa, um verdadeiro exemplo de superação e fraternidade à toda prova.

Depois de ter perdido filhos e netos de maneira trágica, ter sido traído por sua mulher e enfrentado incompreensões entre seus partidários e até entre grupos negros, que exigiam dele uma postura mais agressiva frente ao regime que superava, Mandela mostrou-se ao longo da vida um homem maior do que as circunstâncias imediatas. Sua altivez, seu antirracismo e sua generosidade ajudaram decisivamente a ampliar a visão sobre a dignidade humana, a liberdade e a democracia. Descanse em paz, Madiba, suas lições ficarão para aqueles que desejarem aprender.


Ana Maria M. Coelho
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