sexta-feira, 26 de julho de 2013

Moradores de rua Frio deixa abrigos de Mogi lotados

Moradores de rua
Frio deixa abrigos de Mogi lotados
Queda de temperatura desencadeou operação de acolhimento que preencheu as 126 vagas disponíveis
Jamile Santana
Da Reportagem Local
Erick Paiatto

Muitos dos moradores de rua que não conseguiram abrigo nas entidades, receberam cobertores e agasalhos do Creas
Os quatro abrigos que prestam atendimento assistencial aos moradores de rua na cidade já estão superlotados. A queda de temperatura registrada na última terça-feira desencadeou uma operação de acolhimento que preencheu as 126 vagas disponíveis. Ontem o Mogi News esteve na avenida Francisco Rodrigues Filho, onde 24 pessoas, entre elas duas mulheres grávidas, se preparavam para passar a noite. Segundo alguns andarilhos ouvidos pela reportagem, o grupo chegou a procurar abrigo no Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop), mas não foram atendidos por causa da falta de vagas.

Os moradores receberam doações de cobertores de assistentes sociais do Centro de Referência em Assistência Social (Creas). "Os assistentes passaram por aqui durante a tarde, pedimos vagas porque eu estou grávida, mas disseram que não tinha como tirar a gente da rua para passar a noite nos abrigos porque já estão todos lotados. O jeito é enfrentar o frio na rua pela segunda madrugada seguida", reclamou uma das moradoras, identificada apenas como Sueli, grávida de três meses. A filha dela, chamada Marina, também está grávida de cinco meses. A família está morando na rua há dois meses. O marido de Marina, chamado Cláudio, sofreu um enfarte há dois meses, ficou sem trabalhar e foi despejado da casa onde morada de aluguel na Vila Natal. "Eu faço bicos como pintor, mas você acha que tem condições de eu ir trabalhar amanhã cedo sabendo que minha esposa, grávida, está na rua? Eu tentei conseguir vaga pra ela em um abrigo em Mogi, mas queriam mandar ela para o Peregrino, que cuida de dependentes químicos. Tem morador de rua que usa crack lá dentro do abrigo, não vou deixar minha esposa lá", denunciou.

Os andarilhos reclamam que a maioria das pessoas em situação de rua atendidos pelos abrigos são dependentes químicos e aproveitam a estrutura para conseguir dinheiro para conseguir mais drogas. "Eles vão para o Centro Pop, comem, conseguem um vale pernoite num abrigo, vão comprar droga, e usam dentro dos abrigos, no quentinho, enquanto a gente que está tentando sair da rua, continua passando frio nas calçadas", reclamou Cláudio.

A secretária de Assistência Social de Mogi das Cruzes, Eliana Mangini informou que atualmente quatro abrigos prestam atendimento: Casa Santa Teresinha, Peregrinos, Comunidade Rosa Mística e Maranatá. Com as madrugadas geladas registradas nos últimos dias, todas as vagas de pernoite foram preenchidas. "Se necessário abriremos mais vagas de pernoite nos abrigos através do Centro Pop", informou.

Fonte:Mogi News