domingo, 10 de fevereiro de 2013

Boca no trombone Lixão e amarras políticas Olavo Câmara


Boca no trombone
Lixão e amarras políticas
Olavo Câmara

OBrasil não é u-ma República real. No princípio republicano, o município é o que mais sofre. Toda a arrecadação é feita no município e a partilha é desigual. O município fica com 1%, o Estado com 23% e a União com 74%. Daí, os prefeitos correm com os seus chapéus pedindo "help" aos governadores e ao presidente da república, envolvendo políticos. 
É o caso do lixão. O Prefeito, não tem recursos suficientes para fazer obras: hospital de Brás Cubas, viadutos, Fórum Distrital, ampliar rodovias, fazer casas populares e ampliar vagas em hospitais. 
O município deve favores para o Estado? Deve, porque é uma questão política, daí "as asmarras" e compromissos. Vem o grito do povo "não queremos o lixão" e o governador "joga politicamente": "Caso Mogi não queira a implantação do lixão, o projeto não se realizará". 
Mas, o governador permite que a Cetesb reinicie as suas relações com a Queiroz Galvão. Trata-se de uma empresa "bilionária" e o dinheiro "fala mais alto". Há interesses de políticos, (não se sabe quem) que necessitam de recursos para seguir fazendo carreira. Há proprietários de imóveis com interesses financeiros, o que é justo, mas sem prejuízos. O outro lado do jogo se dá entre governos, Cetesb e Sabesp. Os prefeitos da região do Alto Tietê anunciaram que estão negociando com a Sabesp para implantação de uma usina de reciclagem de lixo, enquanto que a Cetesb pretende dar ênfase ao lixão. É triste!
Quem estará mentindo? Imprensa, líderes do movimento ou autoridades? O governador atende aos anseios de Mogi em obras, mas o lixão de São Paulo e de outras regiões virá para cá, situação quase inevitável, devido às pressões. 
O Brasil é de todos, mas os municípios pertencem aos munícipes. Cada cidade deve cuidar do que é seu. Por que hospital regional, lixão regional e polícia militar estadual. O preço de um hospital regional e a sua manutenção é mais dispendioso do que a implantação de um hospital municipal. Há desperdício financeiro, não se faz economia e não há visão ou planejamentos rígidos. É a política da ingovernabilidade e do desplanejamento. 
Os políticos das três esferas, principalmente, aqueles que não tem compromissos patrióticos, estão de mãos dadas como se fossem casais apaixonados em vésperas de casamentos. O que fazer? 
Por tudo, é possível afirmar que Mogi não é uma cidade sustentável. Ao dizer que não é sustentável, se pretende dizer que falta segurança (este é o ponto mais crítico), aumento do tráfico em mais de 50%, saúde precária, gente morrendo com câncer sem atendimento, violência por todos os lados, trânsito difícil e sem nenhuma política de planejamento. É este o Município que você deseja? 
É preciso municipalizar tudo: polícia, educação, saúde e deixar a maior parte dos tributos com os municípios. Lembre-se: você mora no Município e não no Estado ou na União.

Fonte:Mogi News