quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Boca no trombone: Deputado Federal Valdemar Costa Neto ! Paulo Passos


Boca no trombone
Valdemar!
Paulo Passos

No momento em que lhe escrevo, é madrugada. Findou-se a fase em que os problemas atribulam e que a mente se anuvia, cansa, não consegue, maioria das vezes a formar pensamentos lógicos. O Supremo Tribunal Federal há poucos dias, por um fato comum e corriqueiro condenou-o ao cárcere por longo tempo.

Comum o acontecido - embora as cores berrantes com que foi pintado - eis que por todas as épocas os partidos políticos viveram dos mesmos expedientes. Na absurda estrutura eleitoral brasileira, para sobreviver, inevitavelmente, as agremiações políticas vivem de conchavos e benesses. E isso é conhecido por todos, principalmente por aqueles que bancam as candidaturas, que injetam quantias, que, por terem sido magnânimos, exigirão valores.

Assim foi desde o golpe que proclamou a República; assim continuou até tempos de agora, assim - enquanto persistir o sistema - continuará pelo futuro.

Fernando Henrique, por exemplo, em episódio tão noticiado - ele que agora posa de vestal - alugou consciências, comprou vontades partidárias para conseguir a continuidade no cargo. Canais de rádios e televisões foram entregues de bandeja e a granel para dobrar resistências em votações. Governadores brindaram com cargos públicos e verbas desnecessárias aos seus possíveis algozes, visando a serventia buscada. Prefeitos, para evitar oposições, contemplaram vereadores - e seus partidos - com uma série de mimos espúrios. Tudo passou e passa em branco!
Só não vê - e confesso eu não via -, aquele que se nega a ser lógico com si mesmo. Nenhuma agremiação bandeia de lado pelos belos olhos de alguém. No fundo, a necessidade de sobrevivência política.

Não, não o absolvo! Sempre pensei que conhecendo como conhece os meandros de Brasília, não se deixaria levar pelo canto fácil dos que, acostumados a dominar acenam com facilidades nas horas de necessidades.

Por isso, só por isso o condeno! E só por isso, porque, de resto, como mogiano adotado me nego a atirar pecha naquele que vivendo os graves problemas sociais que nos assolam, jamais se furtou a ser voz de peso em favor da cidade.

Quantas obras só foram avante pela sua diligência e combatividade quantas verbas liberadas pelo seu inconstestável prestígio? (Prestígio, aliás, tão desfrutado pelos eternos puxa-sacos de plantão, os mesmos que agora se omitem, que fofocam pelas esquinas).

A mim não importam os outros políticos. Importa-me, isto sim, o parlamentar que nunca se acovardou quando chamado à luta pelos seus conterrâneos. A ele, com um pequeno amargor é verdade, estendo as minhas homenagens.

Valdemar não se abata. Cabeça erguida, passeie por Mogi, tanto nossa como sua. Ao menos aqui você não tem do que se envergonhar!

Paulo Passos, É advogado, mestre e doutor em Direito pela PUC-SP

Fonte:Mogi News