quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Em 10 meses Prefeitura gasta R$ 600 mil com remédios de alto custo neste ano


Em 10 meses
Prefeitura gasta R$ 600 mil com remédios de alto custo neste ano
Valor corresponde aos processos judiciais dos pacientes que exigem o fornecimento gratuito da medicação
Luana Nogueira
Da Reportagem Local
Jorge Moraes

Alto custo: em busca de remédios, mogianos estão recorrendo ao judiciário; entre 2011 e 2012 houve aumento de 26% nos gastos
A Prefeitura de Mogi das Cruzes já gastou R$ 594 mil do começo do ano até agora com a compra de medicamentos de alto custo determinados por meio de ações judiciais. Com esse valor, a administração municipal poderia manter os custos relativos a um ano de funcionamento de uma unidade do Programa Saúde da Família (PSF). 
No mesmo período do ano passado, a Prefeitura já tinha desembolsado R$ 470 mil, o que representa um aumento de 26% comparado com 2012. No total, 118 pessoas são beneficiadas no município. Os medicamentos de alto custo só são fornecidos mediante a ordem judicial. A distribuição deste tipo de remédios, em tese, é de responsabilidade do governo do Estado. "Para a Secretaria Municipal de Saúde são três fatores importantes levados em consideração na hora de entregar o medicamento", detalhou o secretário-adjunto de Saúde, Marcello Cusatis. "O primeiro é que não discutimos de quem é a responsabilidade de oferecer o remédio. O segundo é ofertar o medicamento sem discutir com o Poder Judiciário. E, por fim, temos ainda uma equipe dentro da diretoria que atende somente esses casos. Ela é acionada se o medicamento solicitado não constar em nossa lista de 130 itens que são distribuídos gratuitamente", ponderou.

Cusatis destacou que o mais recente problema enfrentado pela administração municipal é a mudança da diretoria de saúde do Estado que atuava no município. "Essa situação fez com que o Judiciário encaminhasse os pedidos para o município ao invés do Estado, pois acelera o processo", afirmou.

Os remédios para o tratamento de câncer são alguns dos colocados à disposição. "Os medicamentos oferecidos são para doenças altamente especializadas, como câncer e síndromes raras. No caso dos remédios de câncer acreditamos que com a criação do setor especializado no hospital Luzia de Pinho Melo, os medicamentos, principalmente os de via oral, passem a ser distribuído por eles. Assim, a Prefeitura já consegue reduzir este custo", afirmou Cusatis. 
A ideia é tentar, aos poucos, devolver para o Estado a responsabilidade de fornecer os remédios de alto custo. "Os diagnósticos dessas doenças que são de média e alta complexidade são feitos geralmente em centros especializados, mas não são eles que fornecem os remédios. Estamos estudando alternativas", acrescentou.

Ele contou, ainda, que outro problema é a dificuldade de encontrar a medicação nos laboratórios. 
"Como é uma compra feita por órgãos públicos as empresas precisam dar desconto, por isso, muitas não querem vender. Além disso, temos que fazer cotação e outros processos que são realizados por nosso departamento especializado. Mas tentamos atender aos pedidos imediatamente", pontuou.


Fonte:Mogi News