domingo, 3 de julho de 2011

Acessível Doença tem cura e é tratada em postos de saúde

Ao contrário do que acontecia, não é preciso se isolar; tratamento está disponível também na rede pública
Willian Almeida
Da Reportagem Local
Guilherme Bertti

Torres: "Adaptação é difícil"
Antes vista como peste, a hanseníase (antigamente chamada de lepra) hoje tem cura. O tratamento é feito normalmente em qualquer Unidade Básica de Saúde (UBS) e dura até um ano. Atualmente, segundo dados do Ministério da Saúde, são detectados no Brasil aproximadamente 47 mil novos casos a cada ano. Do total, 8% (ou 3,6 mil) são identificados em menores de 15 anos. 
A cura para a hanseníase só chegou ao Brasil em meados da década de 70. Em países europeus e nos Estados Unidos o tratamento já era feito pelo menos 30 anos antes. Estima-se que a doença seja uma das mais antigas a afetar a saúde do homem. Os registros mais remotos são datados de 600 a.C. e a procedência é atribuída a países da Ásia e África. 
Até dezenas de anos atrás o cidadão acometido pelo bacilo Mycobacterium leprae (daí lepra) era tido como alguém que sofria de algum tipo de maldição. Não havia outra saída para eles que não fosse a exclusão do convívio social, pelo próprio Estado. Esse isolamento reflete um preconceito, que existe até os dias de hoje e está enraizado até mesmo em ex-hansenianos. 
O trauma por terem sido literalmente arrancados das famílias e levados a hospitais-colônias, como era o Dr. Arnaldo Pezzuti Cavalcanti, em Jundiapeba, impede que hoje alguns deles consigam se relacionar normalmente com outras pessoas. "Eles foram privados culturalmente de acesso a tudo que aconteceu no mundo e eles se adaptaram à realidade que eles tinham. Mudar o conceito que o paciente tem do modo de viver, adaptando-o ao que existe hoje, é difícil", diz o cirurgião-geral e diretor-médico do Arnaldo Pezzuti, Marcelo Cedran Torres.


O preconceito é tido como um dos principais problemas que ainda envolvem a doença. A própria mudança no nome, de lepra para hanseníase (uma homenagem ao médico norueguês Amaneur Hansen, que em 1873 descobriu o bacilo que causa a doença), faz parte das medidas para alterar esse quadro. 
O Estado também tem um importante papel, tanto que diversas campanhas de conscientização vêm sendo realizadas nos últimos anos. A Lei Federal 11.520, de 18 de setembro de 2007, que concede pensão especial às pessoas que foram submetidas a isolamento e internação compulsórios por causa da hanseníase, é um exemplo.




Sintomas 
A transmissão da hanseníase ocorre pelo convívio prolongado com pessoas doentes e, sobretudo, por via respiratória. Manchas na pele que não doem, não incomodam, não coçam e não pegam pó; dormência ou formigamento ou queimaduras e cortes que não são sentidos são alguns dos sintomas.


Fonte:Mogi News