quarta-feira, 8 de junho de 2011

Luta contra lixão pode ter reforço

Alexandre Barreira




O Movimento "Aterro, Não!" poderá ganhar dois aliados de peso na luta contra a intenção do Governo do Estado de São Paulo e da Construtora Queiroz Galvão de instalar um aterro sanitário no Distrito Industrial do Taboão, em Mogi das Cruzes: os Estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais.


Os deputados estadual Luiz Carlos Gondim (PPS) e federal Junji Abe (DEM) querem agendar uma audiência com os governos destes dois Estados para mostrar os efeitos que a instalação de um aterro sanitário em Mogi pode causar. "É preciso alertar estes Estados de que um lixão no Distrito do Taboão, em Mogi, coloca em risco o abastecimento de água de cidades cariocas e mineiras, sem citar o fato de todo o Vale do Paraíba estar inserido entre Mogi e estes locais", explicou o parlamentar, que utilizou a tribuna do plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo, na semana passada, para explicar aos demais colegas a luta de Mogi contra a instalação do aterro sanitário.


Gondim disse que o Distrito do Taboão é cortado pelo Rio Parateí, um afluente do Rio Paraíba do Sul, que abastece cidades do Rio de Janeiro e Minas Gerais e do próprio Vale do Paraíba. "Queremos mostrar os riscos que este tipo de empreendimento pode trazer", explicou Gondim, ressaltando que tentará encontros com os secretários estaduais do Meio Ambiente do Rio de Janeiro e de Minas Gerais para reforçar o clamor popular contra o lixão.


O parlamentar destacou que, além do Parateí, há outros dois pequenos rios no Taboão: Córrego Maria Rosa e o próprio Taboão, que também seriam afetados por um possível vazamento ou outro tipo de problema no aterro.


O deputado federal Junji Abe vai além e, como reforço, solicitará uma intervenção do Ministério do Meio Ambiente para barrar o aterro sanitário da Queiroz Galvão. E a contaminação das águas que abastecem dezenas de cidades, desde a região paulista do Vale do Paraíba até os Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, será o tema do pedido junto ao Governo Federal.
"A eventual contaminação do lençol freático, além de causar sérios danos ao meio ambiente, é ameaça flagrante à saúde pública".
Os parlamentares mogianos também vão insistir para conseguir uma audiência em conjunto com diversos órgãos federais ligados ao meio ambiente, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Agência Nacional de Água (ANA) e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).


Junji também quer uma reunião com representantes do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e do Consórcio de Desenvolvimento Integrado do Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira e Litoral Norte (Codivap). "Este grupo reúne 44 municípios, inclusive Mogi das Cruzes, sendo a maioria deles potencialmente prejudicada com a instalação de um aterro sanitário no Distrito mogiano do Taboão", explicou o deputado.
O objetivo do parlamentar é fortalecer a movimentação em repulsa ao empreendimento e agregar mais aliados contra a iniciativa da Queiroz Galvão. "Vamos ampliar o leque de ações e intensificar trabalhos já desenvolvidos pela Prefeitura, pelos deputados estaduais e pelo Movimento ‘Aterro, Não!’, procurando o respaldo de órgãos federais para nossa luta", completou Junji.
Quando exerceu o cargo de prefeito de Mogi das Cruzes, Junji chegou a apresentar 22 impactos de ordem ambiental, econômica, de vizinhança e até de sistema viário para impedir o aterro. Por determinação do então governador Claudio Lembo (DEM), houve o arquivamento do projeto, ressuscitado em 2009 com modificações.


Fonte:O Diário de Mogi