segunda-feira, 2 de maio de 2011

Estudante foragida após assassinato do pai em MG curte praia no Sudeste


Estudante foragida após assassinato do pai em MG curte praia no Sudeste

Vídeo obtido pelo 'Fantástico' mostra suspeita em barzinho à beira-mar.
Para a polícia, ela também teria envolvimento em tráfico de crianças.

A estudante de direito suspeita de ter planejado o assassinato do próprio pai, em Minas Gerais, foi filmada em uma praia do litoral do Espírito Santo. As imagens gravadas pelo celular e obtidas com exclusividade pelo "Fantástico" mostram Érika Passarelli sentada em um barzinho à beira-mar na Praia Grande, no município de Fundão, durante o feriado da Semana Santa, na segunda quinzena de abril. Ela é considerada foragida pela polícia.
Segundo a investigação, com a morte do pai, Érika pretendia resgatar um prêmio de seguro de vida no valor de R$ 1,2 milhão. No crime, teria contado com a ajuda do namorado e de outro homem, que estão presos. Nas imagens gravadas, ela aparece com os cabelos compridos, visual diferente do divulgado pela polícia mineira.
A suposta mentora do assassinato tem 29 anos e pode estar envolvida também com aliciamento de menores. Nesta semana, a polícia recebeu a denúncia de que Érika faria parte de uma quadrilha que traficava crianças para o exterior.
De acordo com o delegado chefe da Divisão de Crimes Contra a Vida, Wagner Pinto, ela tem uma capacidade muito grande de envolver outras pessoas. “Pegava crianças na periferia, crianças de mães mais carentes, montava documentação e vendia essas crianças pro exterior”, disse o delegado Wagner Pinto.
Mário José Teixeira Filho, o pai de Érika, foi assassinado em agosto do ano passado com três tiros na cabeça, dentro do carro na BR-356, na Região Central de Minas. O crime aconteceu dias depois de ele ter feito quatro seguros de vida. De acordo com a investigação, a jovem teria chegado a combinar com o pai a simulação da morte dele para receber o seguro milionário, mas o plano foi abandonado. A filha então planejou o homicídio, segundo a polícia.
Pai e mãe tinham denúncias de estelionato
Outras imagens gravadas também em abril deste ano mostram a estudante fazendo compras. Ela gostava de esbanjar luxo e, para ostentar joias e roupas de grife, teria enganado muitos comerciantes. O vídeo é da câmera de segurança de uma loja. Segundo uma testemunha, a mulher foragida da polícia parecia uma compradora acima de qualquer suspeita. “Fez muitas compras durante o dia... o carro tava abarrotado. O tempo todo se mostrando como uma pessoa muito rica”, falou.
Cheques sem fundo e até cópia de cheques eram usados, segundo o chefe do Departamento de Investigações de Crime contra o Patrimônio, delegado Islande Batista. “A falsificação era grosseira. Ela xerocopiava as folhas de cheque do próprio talão dela, preenchia, assinava e fazia compras no comércio em geral na cidade de Belo Horizonte”, falou o delegado.
Durante a investigação, a polícia descobriu uma série de outros crimes envolvendo toda a família dela. O pai e a mãe dela praticavam golpes há pelo menos 15 anos, como estelionato, formação de quadrilha e falsidade ideológica. “A forma que a filha agia tem extrema semelhança com o que os pais praticavam os crimes”, afirmou o delegado Islande Batista. A mãe de Érika, Mara Lúcia Passareli, também estaria foragida
A polícia acredita que Érika tenha encomendado o assassinato do pai a dois homens: o namorado dela, Paulo Ricardo de Oliveira Ferraz, e o pai dele, o cabo da Polícia Militar, Santos das Graças Ferraz.
“É uma coisa que choca. Hoje nós vivenciamos um país onde crimes bárbaros cada vez mais ocorrem e não justifica tudo por causa de uma ganância, por causa de dinheiro”, falou o promotor Cristiano Gonzaga Gomes.
O Ministério Público deve oferecer denúncia contra a Érika e os outros dois suspeitos nesta segunda-feira (2).
Fonte: G1.COM