segunda-feira, 18 de abril de 2011

Tucanos iniciam debandada


Tucanos iniciam debandada

A bancada de vereadores do PSDB na capital deve sofrer pesada baixa hoje à tarde, segundo parlamentares do partido ouvidos pelo JT. No final da noite de ontem, era costurado movimento que deve levar à saída de sete a nove dos 13 vereadores do partido – dois ainda dos possíveis dissidentes ainda negociariam sua permanência com caciques tucanos. O motivo da saída é a briga pelo comando do diretório paulistano da legenda, por sua vez reflexo da eleição de 2008, que opôs os vereadores ao grupo do hoje governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Segundo informações de bastidores, teriam garantido permanência no PSDB apenas o líder da bancada, Floriano Pesaro, e os vereadores Tião Farias, José Rolim e Aníbal de Freitas, que eram suplentes e tomaram posse com a eleição de colegas a deputados em 2010. Confirmada a previsão de desligamento coletivo – parte da bancada marcou reunião para hoje à tarde -, a lista de dissidentes incluiria o atual presidente da Câmara Municipal, José Police Neto. Ele não retornou às ligações da reportagem na noite de ontem.
Com quatro vereadores, os tucanos passariam de maior bancada da Casa a quarta força, atrás do PT, do PR e, possivelmente, do PSD, que será criado por Kassab e conta por ora com o anúncio de cinco apoios vindos do DEM. O PSD é o provável destino dos tucanos que deixarem o partido, embora integrantes da legenda especulem que alguns podem ir para PPS, PV e PMDB, por exemplo.
O anúncio de hoje da bancada deve ser precedido de críticas a ala do partido próxima a Alckmin. Os vereadores devem citar gravação de evento ocorrido na quinta-feira, na Câmara Municipal, em que militantes tucanos fazem ataques a parlamentares e ameaças físicas. Outro fator que deve ser apresentado é a falta de espaço na Executiva Municipal do PSDB: os vereadores queriam a presidência, que acabou conquistada pelo deputado federal e secretário de Gestão de Geraldo Alckmin, Júlio Semeghini. Passaram, então, a  cobrar a secretaria-geral da Executiva, segundo cargo em importância, mas teriam tido sugestões de nomes vetadas pelo grupo de Farias e do ex-presidente municipal João Câmara. Na última quinta, após Semeghini ter festejado acordo com os vereadores, os dois se opuseram e levaram o impasse de volta à mesa. Hoje, está marcada nova reunião para tentar uma “trégua”.
Alckmin afirmou, durante a semana, que não havia racha no PSDB, e que se chegaria a um acordo na reunião de hoje. Foi justamente um ato do hoje governador, porém, que desencadeou uma crise interna em 2008. A bancada queria, à época, apoiar a reeleição de Kassab, que havia assumido a Prefeitura em 2006, com a renúncia de José Serra (PSDB) para disputar o governo. Alckmin, porém, defendeu a candidatura própria, e os vereadores acabaram migrando, informalmente, para a campanha de Kassab, que derrotou Alckmin. “Desde que o Geraldo ganhou o governo, já se esperava um ‘troco’ de seus aliados”, afirmou vereador tucano na noite de ontem.

Fonte:Jornal da Tarde