sexta-feira, 6 de maio de 2016

'Perdão' Valdemar Costa Neto ganha indulto

'Perdão'
Valdemar Costa Neto ganha indulto
Condenado a 7 anos e 10 meses, ex-deputado mogiano cumpria pena de prisão domiciliar, ou seja, em regime aberto, desde novembro de 2014
Foto: Divulgação
Costa Neto foi condenado a 7 anos e 10 meses de detenção / Foto: Arquivo

Ex-parlamentar, que foi condenado no caso do Mensalão, não deve mais nada à Justiça brasileira
O ex-deputado mogiano Valdemar Costa Neto, condenado a 7 anos e 10 meses no caso do Mensalão e que cumpria pena de prisão domiciliar desde novembro de 2014 - estipulada pelo Supremo Tribunal Federal -, foi beneficiado anteontem pelo próprio STF com um indulto, o que significa que, a partir da concessão, não deve mais nada à Justiça e, portanto, está isento de ter que cumprir o restante da sentença. O indulto é um benefício da lei, permitido quando se entende que o condenado se encaixa nos requisitos obrigatórios para obter o também chamado "perdão presidencial". O indulto a Costa Neto foi concedido pelo ministro Luís Roberto Barroso, que havia autorizado, anteriormente, que ele cumprisse o restante da pena em prisão domiciliar e não no regime semiaberto, como fôra determinado de início.
Na época da prisão, ele, que possui uma longa trajetória política em Mogi das Cruzes e ocupava posição de destaque no cenário político nacional, foi apontado como um dos principais articuladores das eleições presidenciais de 2002, na chapa formada pelo então candidato Luiz Inácio Lula da Silva e o vice José Alencar. Na ocasião, Costa Neto foi alvo de denúncias de crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro e, após assumir o acordo financeiro que formalizou a aliança entre o PT e o PL (ele foi líder da bancada do Partido Liberal), que ajudou a levar Lula e Alencar à presidência, Costa Neto, que foi também presidente do PR, acabou condenado no processo do Mensalão. Antes da condenação, porém, ele chegou a renunciar ao mandato de deputado federal. Também teve, em 2012, o mandato e os direitos políticos cassados por determinação do ministro Joaquim Barbosa, então presidente do Supremo Tribunal Federal.
Ao ser condenado, o ex-parlamentar recebeu a pena de 7 anos e 10 meses e uma multa de R$ 1,6 milhão e cumpriu parte dela em regime semiaberto (trabalhando de dia e voltando para o Centro de Progressão Penitenciária (CPP) à noite, para dormir). Em novembro de 2014, o ministro Barroso determinou o restante do cumprimento da condenação de Costa Neto em prisão domiciliar, o que equivale ao regime aberto, ou seja, em casa.
Na última quarta-feira, o mesmo ministro concedeu o indulto, baseado em parecer do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pelo fato do ex-deputado já ter cumprido um quarto da pena e estar em regime aberto.
O "perdão" foi baseado no decreto presidencial de indulto, assinado pela presidente Dilma Rousseff, conforme manda a lei brasileira.
Vale ressaltar que o ex-deputado não foi o único beneficiado pela medida no caso do Mensalão. 

Fonte:Mogi News

CIDADES: Ex-deputado tem indulto e volta a Mogi

CIDADES:
Ex-deputado tem indulto e volta a Mogi

 6 de maio de 2016  Comentários (0)  Cidades  Like
Costa Neto foi condenado a 7 anos e 10 meses de detenção / Foto: Arquivo
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Novas articulações são previstas no cenário eleitoral do Alto Tietê com a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, em conceder indulto ao ex-deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP). Ele havia sido condenado a sete anos e 10 meses de detenção, por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro que teriam sido cometidos durante a existência do mensalão. Para as lideranças políticas locais, a presença do ex-parlamentar por aqui traz alterações nas campanhas para a eleição no segundo semestre. Ele deve voltar a Mogi das Cruzes ainda neste mês e morar com a mãe, dona Leila.

Alguns divergem sobre os rumos do pleito de outubro, mas todos concordam com a influência que Valdemar tem dentro do PR e no cenário político do Alto Tietê. Por condenação à época do julgamento do mensalão, em 2013, ficou definido que ele não poderia se candidatar novamente durante oito anos. “Neste primeiro momento, ele não pode se candidatar. É preciso aguardar o tempo decidido em julgamento e também o julgamento de outras decisões. A restrição é em relação à candidatura dele. Não há restrição quanto a ele participar do cenário político, viabilizando articulações, o que ficará mas fácil, já que não há mais restrições na mobilidade dele”, explicou o advogado Olavo Câmara, mestre e doutor em Direito e Política. Às vésperas da cassação, Neto renunciou ao cargo.

Para políticos locais, a volta sem restrição de Valdemar pode representar mudança pela histórica força do filho do falecido prefeito Waldemar Costa Filho. O líder do PR na Câmara de Mogi, Sadao Sakai, aponta que ele tem muita força dentro da legenda nacional. “Na verdade, quem tem a direção do partido é o Valdemar. Essa decisão facilita a locomoção dele, sobretudo nesta época, perto da eleição. Era algo já esperado porque outros também já tinham conseguido perdão das penas. O processo dele demorou porque a ex-mulher quis prejudicá-lo, mas o perdão saiu”, comentou Sakai. O PR é a maior bancada da Câmara Municipal, com seis dos 23 vereadores.

O presidente do Legislativo, Mauro Araújo (PMDB), disse que a presença de Neto muda a configuração local. “Ele não vai se candidatar agora, mas o jogo político dele vai ser moldado a partir de agora. É um partido com 40 deputados federais e forte presença no Alto Tietê. É inegável que a liberdade e a atuação dele serão decisivas”, analisou Araújo.

O presidente do PRB de Mogi, advogado Marco Soares, ressalta que este perdão não deriva de uma relação política. Neto teria articulado para que deputados do partido votassem contra o impeachment. “Esse perdão concedido a ele não tem relação com a política. O Valdemar cumpriu a pena criminal e agora tem direito a ficar em liberdade, sem precisar dar mais satisfação ou pedir autorização para ir onde quiser. Por ser uma figura importante, é natural que ele retome as ações na política local e tenha participação no próximo pleito. O partido não é apenas ele, é o conjunto de pessoas. Agora, é claro que a experiência política que ele tem é essencial em qualquer cenário”, avaliou.

O deputado estadual Luiz Carlos Gondim (SD) evita fazer uma projeção de como será daqui para frente. “Ele cumpriu as normas e foi beneficiado com o perdão. É algo aceitável. É impossível a gente analisar qual vai ser o impacto disso na eleição de outubro porque ainda é muito cedo. A decisão é recente e as articulações estão começando agora. Uma coisa é clara: o Valdemar não perdeu sua força política em momento algum dentro do processo do mensalão”, disse.

Marcos Damásio, deputado estadual e presidente do PR local, tem acompanhado o processo pelo qual o ex-deputado passou e afirma que ele não quer mais participar da vida política como candidato. “Ele deve chegar a Mogi na próxima semana e ficará na casa da mãe, dona Leila. Ele já comentou comigo, inclusive, que não tem mais vontade de se candidatar novamente. Foi algo muito desgastante este calvário pelo qual ele passou”, destacou.

Junji Abe (PSD) pediu à reportagem para não falar como virtual candidato à sucessão à Prefeitura, mas como homem público. “O que posso dizer é que o Valdemar tem o meu respeito. Desejo saúde e sorte sempre a ele. Hoje em dia, nesta conjuntura, qualquer pessoa pode ter a reputação arranhada por causa de denúncias”, concluiu. (Lucas Meloni)

Fonte:O Diário de Mogi