segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Por PIB de 4%, Dilma estaria disposta a reduzir impostos



(Dilma Rousseff) Lula Marques - 21.dez.2011/Folhapress
A presidente Dilma Rousseff tem como principal missão neste ano um crescimento econômico de 4% e está disposta a reduzir impostos, tomar medidas de estímulo e possivelmente sacrificar outras metas se preciso, disseram fontes do governo à Reuters.


Dilma se reuniu com vários ministros no Palácio do Planalto no fim de semana para compor o que uma das fontes chamou de "plano de negócios para 2012".


A presidente pode decidir sobre medidas específicas nos próximos dias e as fontes, falando em condição de anonimato, disseram que a economista de carreira está determinada que a economia do Brasil tenha desempenho melhor do que teve durante o primeiro ano de seu governo, em 2011, quando o crescimento deve ter ficado por volta dos 3%.


"O número na cabeça de todos é quatro", disse uma das fontes. "Quase todo o resto que estamos fazendo gira em torno disso."


As fontes disseram que perseguirão essa meta com responsabilidade e que serão flexíveis no caso de crises externas, na Europa ou em outros lugares do mundo. As opções em jogo --de incentivos tributários para indústrias em dificuldade até empréstimos maiores através do BNDES, entre outras-- serão utilizadas com cuidado, sem estragar a reputação brasileira de uma administração econômica bem dirigida, ligeiramente inclinada para a centro-esquerda, disseram as autoridades.


De qualquer forma, a prioridade ao crescimento deve significar riscos para os mercados financeiros neste ano. Entre eles podem estar mudanças repentinas e imprevisíveis de política econômica ou outra inflação elevada após a taxa de 6,5% registrada em 2011 --a maior em sete anos.


A meta de Dilma também está bem acima das previsões independentes. A ONU (Organização das Nações Unidas) espera uma expansão de apenas 2,7% para o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil neste ano. Isso significa que o governo pode entrar com estímulos mais pesados do que o esperado, especialmente se a crise da zona do euro piorar ou se a economia da China desacelerar consideravelmente.


Os estímulos podem, por consequência, fazer o Brasil descumprir a meta de superavit primário de 3,1% do PIB no fim do ano.


Após o sucesso dos últimos anos, não está claro se a economia brasileira ainda é capaz de crescer 4% ano ano ou mais sem reformas profundas.


Problemas severos de infraestrutura, desemprego em recorde de baixa, alta demanda por crédito e outros gargalos industriais fizeram que até o crescimento tímido do ano passado tenha vindo com uma inflação no topo da meta do governo.


Por enquanto, porém, os assessores de Dilma dizem acreditar que podem ter tudo em 2012, com queda da inflação e do juro básico, enquanto o crescimento avança. Eles dizem que a presidente estará envolvida na administração da economia regularmente, assim como esteve no ano passado, e que estará disposta a manusear as alavancas de estímulo e aperto conforme as circunstâncias permitirem para um crescimento saudável.


Quando possível, porém, o governo irá se inclinar delicadamente para o lado da expansão econômica.


"O Brasil quer ser visto como um país seguro, que cresce", disse o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, em entrevista a um jornal neste mês. Lembrando-se desse comentário, uma outra autoridade disse: "Isso está certo". Depois, sorriu e acrescentou: "Bom, talvez seja melhor dizer 'um país que cresce e que é seguro'".


Fonte:Folha.com

Por apoio de Dilma e PT, Kassab enfatiza distância de Serra



Kassab e Serra (Moacyr Lopes Junior-27.mar.10/Folhapress)
Ciente da resistência de setores petistas a seu nome, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, telefona diariamente para deputados e dirigentes do partido, informa o "Painel", editado interinamente por Fábio Zambeli e publicado na Folha desta segunda-feira (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).


A eles, enfatiza seu distanciamento de Serra e procura demonstrar proximidade com Dilma.


Na semana passada, em entrevista à Folha, Fernando Haddad, pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, informou que considera improvável uma aliança com o PSD, partido de Kassab. O ministro disse que as opções de Kassab são oferecer apoio ao ex-governador José Serra (PSDB) ou buscar apoio para lançar o atual vice-governador Guilherme Afif Domingos (PSD).


O prefeito paulistano ofereceu ao ex-presidente Lula uma aliança para o PSD indicar o vice na chapa do candidato petista à prefeitura.


Enquanto isso, o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra (PE), pretende reiterar apelo em favor da reaproximação dos tucanos com o atual prefeito da capital.


Leia mais na edição desta segunda-feira, que já está nas bancas.


Fonte:Folha.com