segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Lula diz que deixa Presidência com 'sensação de dever cumprido'

JEAN-PHILIP STRUCK
ENVIADO A SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (SP)



O presidente Lula disse hoje (18) em São José dos Campos que "sai do governo com a sensação de dever cumprido".
"Saio com a sensação de ter criado talvez a mais importante relação que um presidente já teve com o movimento sindical, com o empresariado, com os catadores de papel, com os trabalhadores rurais. Saio com a sensação de ter feito uma relação extraordinária com o conjunto da sociedade brasileira" e completou "fizemos muita coisa, mas ainda há muito o que fazer."
O presidente também citou realizações de sua governo, como os investimentos na indústria naval, a criação de novas universidades e escolas técnicas.



Ricardo Stuckert/Presidência
Lula diz que deixa Presidência com 'sensação de dever cumprido'
As declarações foram feitas em São José dos Campos (97 km de SP), durante inauguração de duas novas unidades da Revap (Refinaria Henrique Lage), da Petrobras. Também compareceu ao evento o presidente da empresa, José Sergio Gabrielli, a quem Lula chamou em seu discurso de o "melhor presidente que a Petrobras já teve".
Antes do discurso, Lula foi saudado por petroleiros e operários --vários deles usando adesivos da candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT)-- que trabalham nas obras das novas unidades de hidrotratamento de diesel (que retira o enxofre do combustível) e de coqueamento retardado (responsável por transformar o petróleo em GLP, nafta e gasolina) da refinaria.
Durante o discurso, Lula foi interrompido por funcionários da Petrobras que gritavam o nome de Dilma. Lula pediu para que parassem de gritar afirmando que o evento não tinha caráter político. "Isso é um ato institucional, não podemos falar de campanha. Depois vai alguém escrever na matéria e vem processo."
O presidente também comentou o crescimento da Petrobras durante o seu governo, citando que os investimentos na modernização de refinarias passaram de US$ 23 bilhões em sua administração.
"Essa empresa que nasceu desacreditada, essa empresa que muita gente tentou vender, tentou mudar o nome, e que muitos editoriais na década de 50 disseram que não tinham que procurar petróleo, chega em 2010 se transformando na segunda maior empresa de petróleo do mundo", disse.
As unidades inauguradas por Lula fazem parte do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Segundo a Petrobras, foram investidos US$ 3,5 bilhões na modernização da usina entre 2000 e 2009. Outros US$ 1,97 bilhão devem ser investidos até 2014. As obras empregam 7.600 operários. No pico das obras, foram empregados 14.800 trabalhadores.
Atualmente a refinaria processa 14% dos derivados de petróleo do país e é responsável pelo abastecimento de todo o querosene de aviação consumido no Aeroporto Internacional de Guarulhos.

Drogas e aborto não são temas de campanha, diz FHC

Maurício Savarese
Do UOL Eleições

Em São PauloDepois de a campanha presidencial ser dominada por assuntos religiosos na virada do primeiro para o segundo turno, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou nesta segunda-feira (18) que temas religiosos nunca fizeram parte de suas disputas ao Palácio do Planalto e que questões como aborto e drogas não devem ser eleitorais.
Antes de um encontro de líderes do PV com o presidenciável José Serra (PSDB), FHC também criticou a campanha da petista Dilma Rousseff e o presidente Luiz Inácio Lula da silva, com um pedido para que nenhum deles contribua "para dividir o Brasil".
"Eu nunca entrei nesses temas religiosos em campanha. Eu acho que as pessoas têm todo o direito [de discutir]. E acho que os políticos não devem confundir a questão do Estado com a questão confessional", disse ele, no local que foi comitê de campanha do candidato derrotado do PV ao governo paulista, Fabio Feldmann.
"Questão sobre aborto não é eleitoral, como a questão da droga", afirmou FHC, que é um dos principais defensores da liberação da maconha no Brasil. "Que as pessoas discutam [sistemas] é natural, mas acho uma questão de convicção pessoal, e não uma questão política".
Vários setores católicos e evangélicos criticam Dilma por ter defendido a liberação do aborto e, mais tarde, ter atenuado sua posição. A campanha petista acusou partidários de Serra de formarem uma "central de boatos", espalhando "mentiras e calúnias" sobre as posições da ex-ministra-chefe da Casa Civil sobre liberdade religiosa.
Cabo eleitoral

Distante da campanha de Serra no primeiro turno e sem nenhuma aparição no programa do presidenciável no horário eleitoral obrigatório, FHC disse que pedir votos "não é compatível" com o papel de um ex-presidente da República. "Eu participo da campanha dentro dos limites que eu acho que é possível para um ex-presidente da República. Eu não sou como o presidente Lula, que é cabo eleitoral", afirmou.
FHC repetiu o convite para "um café" com Lula depois que o presidente deixar o Palácio do Planalto. "Eu quero ver ele dizer que apoiou o Plano Real, que tudo começou no governo dele", disse. "O Lula não precisaria ser mesquinho, negar o que foi feito no passado".
O ex-presidente chamou de "eleitoreiras" as críticas de Dilma e Lula, que o acusam de ter impulsionado uma possível venda da Petrobras. "Nunca esteve em cogitação a privatização da Petrobras", afirmou. "Nós transformamos a Petrobras no que ela é hoje, uma empresa que atua globalmente".

18/10/2010

Bertaiolli se reúne com evangélicos

Cleber Lazo
Da reportagem local

Mauricio Sumiya


Apelo: Em evento no Copomc, ontem, prefeito mogiano pede
que população escolha o candidato a favor
 da liberdade de Imprensa e religiosa
 Em reunião no Conselho de Obreiros e Pastores de Mogi das Cruzes (Copomc), o prefeito Marco Aurélio Bertaiolli (DEM) disse que a população deve escolher o candidato à presidência que defenda o direito de Imprensa e das manifestações religiosas. "Torço para que, no dia 31 (data do segundo turno), os eleitores escolham aquele que julgar ser a pessoa que não vai cercear as nossas convicções religiosas e também não tenha como projeto acabar com a liberdade da Imprensa, pois projetos ideológicos podem e devem ser debatidos, mas nunca proibidos", afirmou o prefeito para uma plateia de cerca de 50 pastores, na Igreja Shaloon, na Vila Industrial, ontem à tarde.
Convidado pelo presidente do Conselho, o pastor José Miraídes Penha, que já declarou aconselhar a todos que encontram a votar no candidato José Serra, do PSDB, Bertaiolli em nenhum momento pediu votos para o tucano que disputa o segundo turno com a petista Dilma Rousseff. "Não seria ético da minha parte. Estou aqui representando o prefeito de Mogi e não tenho o direito de pedir para votarem no meu candidato, que todos sabem que é o Serra", disse após discursar por cerca de 30 minutos. "Tentei traçar um panorama do País que a população deseja", afirmou.
Apesar de o prefeito não pedir votos ao candidato tucano, a organização do Copomc apresentou um vídeo, que circula na Internet, no qual o pastor Paschoal Piragine Jínior, de Curitiba, no Paraná, critica o posicionamento do PT sobre o aborto, a criminalização da homofobia e o divórcio, dentre outros tópicos, e pede que os fiéis não votem em candidatos do partido. Até a declaração do presidenciável sobre apoiar a união civil entre homossexuais foi explicada. "O Serra é a favor da união civil e não do casamento, que são situações diferentes", disse Miraídes. "Foram os evangélicos que levaram as eleições para o segundo turno e serão eles que decidiram quem será o futuro presidente. Não somos contra a Dilma. Nosso posicionamento é contrário ao projeto do PT para o Brasil", ressaltou.


Mogi news 18/10/2010